Fisioterapia na Paralisia Cerebral



O termo paralisia cerebral (PC) descreve um grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura, atribuídas a distúrbio não-progressivo que ocorre no encéfalo em desenvolvimento. As desordens motoras da PC causam limitações das atividades de vida diária (AVD) e são frequentemente acompanhadas por distúrbios da sensação, percepção, cognição, comunicação e comportamento, por epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários.

A paralisia cerebral é uma condição comum, onde no Brasil, cerca de 150 mil pessoas por ano apresentam o caso. À primeira vista, são muitos os questionamentos a respeito do que a fisioterapia pode fazer em desordens neurológicas.

A maioria dos casos de paralisia cerebral se dão principalmente durante a gestação onde a mãe pode passar por situações como:

Saúde materna: como por exemplo, a presença de anemias, hemorragias durante a gravidez, eclampsia, hipotensão;
Relacionados a infecções congênitas, como rubéola, toxoplasmose, sífilis;
Fatores metabólicos maternos, como o diabetes e a subnutrição;
Transtornos envolvendo abuso de álcool, drogas e medicamentos, como a talidomida;
Alterações devido à radiação, radiografias, radioterapia;
Malformações cerebrais congênitas.

Será que um fisioterapeuta é capaz de auxiliar em quadros tão severos e aparentemente não solucionáveis como a paralisia cerebral? A resposta é sim!

A fisioterapia tem função importante na facilitação do desenvolvimento motor, no desenvolvendo dos reflexos, ajuda a diminuir bloqueios, contraturas e deformidades. Com isto, o foco do fisioterapeuta deve ser o de se aproximar ao máximo do desenvolvimento motor normal.

Os objetivos com o tratamento fisioterapêutico na paralisia cerebral incluem principalmente o aprimoramento das habilidades existentes, desenvolvendo funções e promovendo a independência, além de colaborar com a prevenção ou diminuição de deformidades.

A estimulação precoce do desenvolvimento neuropsicomotor é uma das principais condutas do fisioterapeuta no tratamento de crianças com paralisia cerebral.

O tratamento exige apoio de uma equipe multidisciplinar. A partir do atendimento em conjunto, as sequelas da doença podem ser contidas, promovendo melhorias na linguagem, no equilíbrio funcional, na socialização e no acolhimento familiar dos pacientes.

Com relação ao desenvolvimento motor, são consideradas a avaliação observacional de motricidade, tônus muscular, desenvolvimento motor, reações e reflexos primitivos. No primeiro ano de vida, funções reflexas cedem espaço gradativo aos movimentos complexos e voluntários. A partir daí, é possível investigar o amadurecimento do sistema nervoso central da criança.

Ao estabelecer o equilíbrio da cabeça, a criança sem distúrbios começa a manter o tronco estável. Com isso, ela é capaz de conquistar equilíbrio e caminhar. Nos casos de crianças com paralisia cerebral, a atuação do fisioterapeuta prevê que a evolução do paciente aconteça de forma progressiva e organizada. Para que o paciente avance, é preciso que o profissional reorganize as funções neurais através dos estímulos.

O processo acontece pela abordagem proprioceptiva. A medida melhora a motricidade, fazendo com que se tenha capacidade de adequar tônus e força muscular. Diante das alterações neurológicas, o cérebro cria "caminhos alternativos" na busca por movimentos mais eficazes. A função do fisioterapeuta, aqui, é alcançar a funcionalidade, mediando as descobertas dos movimentos mais adequados para cada caso pela estimulação precoce.

A ampliação dos movimentos só é garantida através de um processo contínuo de fixação das sinapses. Por conta disso, a família também deve ser envolvida no tratamento.

À medida que a criança cresce, novos estímulos podem despertar seu interesse. Daí a importância de os pais estarem habilitados a canalizar a curiosidade nos exercícios motores. Brinquedos coloridos, por exemplo, são estrategicamente posicionados na altura dos olhos da criança enquanto ela está em posição de supino. Assim, o paciente continua sendo estimulado.

O processo de estimulação precoce em parceria com a família também possibilita uma observação atenta do crescimento a criança, avaliando possíveis disfunções estruturais – incluindo a espasticidade. É importante observar, ainda, que a seleção dos materiais deve ser aprovada pelo fisioterapeuta.

A fisioterapia é muito importante para o tratamento da paralisia cerebral, uma vez que o profissional é responsável por auxiliar no desenvolvimento da independência do paciente, facilitando as atividades de vida diária. Todavia, o tratamento fisioterapêutico se estende, também, à família. Uma vez que possibilita a conscientização dos parentes a fim de fornecer orientações e ensinar técnicas para facilitar a integração ao ambiente familiar.

Além disso, o fisioterapeuta irá tratar também a condição motora do paciente, desenvolvendo um trabalho para diminuir contraturas e deformidades, com o uso de diversos equipamentos.

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