Avaliação da sensibilidade na Neurologia







Deve-se questionar especificamente a presença de parestesias, dores espontâneas ou perversões da sensibilidade. O exame compreende a avaliação das sensibilidades superficial e profunda e a pesquisa dos sinais de irritação meníngea e radicular.

Os estímulos são aplicados das regiões distais para as proximais, sempre com comparação entre os dois hemicorpos.

Os distúrbios são classificados em anestesia, hipoestesia ou hiperestesia, respectivamente situações em que há supressão, diminuição e aumento da sensibilidade. A alodínea é o distúrbio sensitivo em que há percepção de um estímulo não-doloroso como estímulo doloroso. As parestesias são sensações espontâneas de formigamento, queimação, dor ou "agulhadas", por exemplo.

Sensibilidade Dolorosa

Pesquisa-se preferencialmente com alfinetes descartáveis. Não utilizar estiletes ou dispositivos com pontas não descartáveis (como aqueles que vêm embutidos em martelos de reflexos).

Sensibilidade Tátil

Pesquisa-se com uma mecha de algodão seco.

Sensibilidade Térmica

Pesquisa-se com dois tubos de ensaio, um com água gelada e outro com água morna. O paciente deve ser capaz de identificar os tubos, nas diversas áreas do corpo.


Sensibilidade Profunda

Rotineiramente são pesquisadas as sensibilidades cinético-postural, vibratória e localização e discriminação táteis.

A pesquisa da sensibilidade cinético-postural visa verificar se o paciente tem noção da posição dos segmentos em relação ao próprio corpo. Parte da pesquisa é realizada durante os testes de coordenação. Solicita-se ao paciente que, de olhos fechados, diga a posição assumida por segmentos deslocados passivamente pelo examinador. Por exemplo, segurando o hálux pelas porções laterais, o examinador o movimenta lentamente para baixo e para cima, devendo o paciente assinalar a posição assumida ao fim do movimento.

A sensibilidade vibratória ou palestesia é pesquisada com o auxílio de um diapasão (ou de palestesímetro), que é colocado sobre saliências ósseas.

As capacidades de localização ou de discriminação tácteis podem ser avaliadas solicitando-se ao paciente que indique o local exato do ponto estimulado ou pela pesquisa da grafestesia (reconhecimento de letras ou números desenhados na pele do paciente) ou da discriminação de dois pontos.

A capacidade de reconhecer objetos ou formas pelo tato depende principalmente da sensibilidade profunda e, quando está comprometida, pode haver impossibilidade de reconhecer uma chave, por exemplo, ou qualquer outro objeto familiar pelo tato.

Nos casos de agnosia tátil, ocorre incapacidade de reconhecer objetos pelo tato sem que existam distúrbios das sensibilidades profunda e superficial.

Sinais de Irritação Meníngea e Radicular

A) Irritação meníngea

Rigidez de nuca: resistência à flexão passiva do pescoço do paciente, que se encontra em decúbito dorsal.

Sinal de Brudzinski: ao se tentar fletir passivamente o pescoço, como na pesquisa de rigidez de nuca, ocorre ligeira flexão das coxas e das pernas.

Sinal de Kernig: consiste na impossibilidade de permitir a extensão passiva das pernas quando o paciente está em decúbito dorsal, e as coxas são semifletidas, formando ângulo de 90o com o tronco.

B) Irritação radicular

Sinal de Lasègue: caracteriza-se por dor lombar irradiada para a face posterior do membro inferior quando este é elevado passivamente e em extensão pelo examinador, que, com a outra mão, impede que o joelho seja fletido.
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