Reabilitação Neurofuncional após AVC
Embora o grau de recuperação dependa da extensão e da localização do AVC, ele é muito influenciado pela qualidade do tratamento recebido no hospital e em casa. Isso inclui a prevenção e o tratamento de complicações (perturbações intestinais, contraturas, retrações, escaras, etc.), que podem aumentar o dano causado pelo AVC. As primeiras semanas imediatas são cruciais. Durante esse período, é importante estimular e usar o potencial do próprio paciente para a sua reabilitação.
A motivação do indivíduo e o apoio da família e de amigos também vão determinar o grau de recuperação. Alguém que esteja motivado para realizar atividades como comer, vestir-se e lavar a louça, poderá usar, nestas atividades, movimentos que ajudarão a sua recuperação. A qualidade do cuidado e o estímulo dos familiares podem realmente fazer uma grande diferença.
A reabilitação deve ser começada já nos estágios iniciais do AVC. Entretanto, deve-se tomar um grande cuidado para prevenir contraturas e escaras, por meio de posicionamento correto na cama e atividades para amplitude do movimento (ADM). Assim que o paciente estiver medicamente estável, deve ser iniciado o tratamento ativo. O tratamento deve ser precoce, intensivo, para que se obtenham resultados proveitosos.
Os objetivos do tratamento são:
      ● Evitar o desenvolvimento de padrões anormais de movimento, resultantes de tônus muscular anormal;
      ● Ensinar o paciente a não compensar,   de maneiras desnecessárias e potencialmente perigosas, com o seu lado   não afetado. Nos estágios iniciais da recuperação, se o indivíduo   compensa com o seu lado não afetado, isso pode aumentar a espasticidade,   provocar reações associadas anormais e também não estimular o uso do   lado afetado.
           Estágios do Programa de Reabilitação
  A direção do desenvolvimento do   movimento voluntário é do proximal para o distal. Por isso, o controle   dos movimentos do tronco superior, do ombro, do tronco inferior e do   quadril deve ser estabelecido primeiro. Todos os movimentos dos membros   afetados devem ser realizados nos seguintes estágios progressivos:   movimento passivo, movimento ativo assistido e movimento ativo.
    Depois disso, o paciente será capaz de   movimentar seu braço e sustentá-lo no espaço. Se houver recuperação   suficiente, poderá seguir-se o fortalecimento com exercícios de   resistência. O progresso na reabilitação do AVC é em geral obtido por   meio do trabalho com uma sequência de exercícios progressivos, que   seguem de perto o padrão do desenvolvimento motor adquirido pelos bebês.
      -     Por exemplo: rolar → sentar → ficar de pé → andar; ou rolar → ficar de bruços → se apoiar → ficar de gato → ficar de pé → andar.
 
É importante estimular o paciente a   realizar todas as atividades da vida diária, para que se torne o mais   independente possível. Ele deve aprender a se vestir e despir, a se   alimentar, a ser independente na higiene pessoal.
  O último estágio da reabilitação vais   se concentrar no movimento voluntário da mão. A precisão dos movimentos   da mão pode ser estabelecida quando os movimentos voluntários do ombro e   do cotovelo tiverem sido restabelecidos e a mão estiver livre do padrão   flexor.
    Estímulos Sensoriais
      É importante fazer uso de estímulos   sensoriais, tais como voz, tato e visão. Informações verbais vão ajudar o   tratamento proporcionando sugestões auditivas. Os comandos dados pelo   fisioterapeuta deverem ser curtos e de fácil compreensão, deixando ao   paciente tempo suficiente para entendê-los. Por exemplo, peça a ele para   "pensar" sobre o movimento: "vamos dobrar e estender seu joelho…   observe o seu joelho… agora me ajude a fazer isso… sinta o movimento".   Informação visual também é importante – por exemplo, um espelho de corpo   inteiro colocado diante da pessoa vai proporcionar um estímulo   sensorial.
  Estabelecendo Objetivos
  O tratamento deve levar em conta todos   os aspectos da perda do indivíduo, e não somente as perdas motoras e   sensoriais mais óbvias. O objetivo da reabilitação para o paciente que   sofreu um AVC é obter o grau máximo de independência física e   psicológica, devendo desenvolver um nível de independência funcional,   não somente em um ambiente abrigado, como um hospital, mas especialmente   em casa e na comunidade. Isso significa que o "tratamento" deve ser   realizado em todos os aspectos do dia-a-dia, tornando-se uma parte da   rotina diária, e não realizado como uma atividade isolada duas ou três   vezes por semana, ou quando o fisioterapeuta vai à casa do paciente.
    É o movimento ativo que promove a   recuperação das habilidades funcionais. Realizar movimentos passivos com   o paciente deitado na cama durante meses é um mau hábito. Alguém que   sofreu um AVC deve ser ajudado a executar as atividades diárias normais,   mesmo que estas não sejam realizadas com perfeição.
  Por exemplo:
      -     ● Levantar-se da cama pela manha requer mobilidade na cama, rolar para o lado afetado sentar-se com uma perna fora da cama, sair da cama e sentar-se em uma cadeira.
 -     ● Usar o banheiro em vez de fazer as necessidades na cama, ser quase arrastado ou carregado para o banheiro, o paciente que sofreu o AVC deve ser ajudado, pelo treinador familiar, a ir ao banheiro. Desse modo, andar até o banheiro torna-se parte do "tratamento" do paciente.
 -     ● Balance sentado: as atividades de treinamento são importantes para a restauração do equilíbrio ao sentar, especialmente no estágio inicial após um AVC. Sentar-se e pegar um pente ou um jogo de cartas colocado sobre uma mesa próxima ao lado afetada pode conduzir ao mesmo o objetivo. A vantagem é que essas atividades fazem parte da rotina diária.
 
Planejando o Progresso
  Selecionar as atividades que o   paciente pode realizar, assim como habilidades que proporcionem seu   progresso em um nível funcional mais elevado. Pode-se, frequentemente,   fragmentar uma determinada atividade nos movimentos que a compõem. O   paciente será estimulado a praticar cada componente como um exercício.   Nos estágios finais do tratamento, a atividade pode ser praticada por   inteiro, no inicio do tratamento, para melhorar os movimentos e o   controle do quadril, a ponte é uma habilidade funcional que segue esta   melhora.
    A Capacidade do Indivíduo
      Deve-se evitar a frustração do   fracasso. Qualquer progresso no programa deve ser realizado dentro da   capacidade do paciente. Por exemplo, o paciente deve aprender a   equilibrar-se ou estabilizar-se em uma posição antes que seja solicitado   a mover-se dessa posição.
Até a próxima! 
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