Espasticidade na Esclerose Múltipla









A Esclerose Múltipla é uma doença crônica, degenerativa, desmielinizante e sem cura, caracterizada pela perda da bainha de mielina que envolve e isola a fibra nervosa. Esta doença é a causa mais importante de incapacidades por doenças neurológicas em adultos jovens e de meia idade

Sua etiologia ainda não está totalmente esclarecida mas acredita-se que seja causada por uma susceptibilidade genética, resposta auto-imune ou infecções virais

Os sinais e sintomas do portador variam de acordo com seu caráter, intensidade e duração. Essa variação ocorre de um paciente para outro dependendo da área do SNC onde aconteceu a desmielinização.

s sinais e sintomas apresentados pelo portador de EM podem ser: disfagia, redução da resistência cardiorrespiratória, comprometimento da marcha e sexuais, problemas cognitivos e comportamentais

O comprometimento dos tractos piramidais ou do córtex motor na Esclerose Múltipla apresenta sinais e sintomas da síndrome do neurônio motor superior, como: espasticidade, paresias, reflexos exagerados, espasmos flexores e extensores involuntários, clônus e sinal de Babinsk.

A fraqueza muscular vai desde leves paresias, até paralisias totais de membros que se inicia, ou é mais evidente, nos inferiores. A espasticidade, que é comum, ocorre em 90% dos casos de Esclerose Múltipla

A espasticidade é uma alteração motora caracterizada por uma hiperatividade do reflexo miotático, diretamente relacionada à velocidade de estiramento do músculo. O estiramento súbito de um músculo periférico dá origem a uma contração reflexa desse músculo, caracterizando assim, o reflexo de estiramento ou miotático.

A espasticidade pode ser leve ou grave, e geralmente atinge os membros inferiores comparando-se com os superiores. Este sinal ocorre devido a um desequilíbrio entre os motoneurônios alfa e motoneurônios gama presentes nos cornos anteriores da medula espinhal. Esses neurônios motores inervam as fibras musculares esqueléticas, o alfa é responsável pela contração muscular, e o gama participa do controle da contração muscular. Na espasticidade a lesão das vias supra-espinhais inibitórias promove um aumento na atividade dos neurônios motores gama.

Com isso, o músculo fica mais sensível ao estiramento e há uma potencialização pré-sináptica dos motoneurônios alfa. Outro fator relacionado com a espasticidade é uma alteração na inibição recíproca realizada pelos neurônios internunciais (que fazem conexões uns com os outros e diretamente com os neurônios motores anteriores) inibitórios, havendo uma co-contração agonista-antagonista, aumentando a dificuldade dos movimentos.

Em certos pacientes há uma distribuição irregular do tônus muscular. Pacientes com EM geralmente têm certos grupos musculares que apresentam uma maior tendência a desenvolver a espasticidade, além disso, deve-se lembrar que frequentemente quando um grupo muscular apresenta espasticidade, seus antagonistas estão com tônus reduzido. Esse desequilíbrio muscular contribui para a formação de contraturas e deformidades

A atuação da fisioterapia pode estar presente na fase de exacerbação, com o objetivo de manter o paciente em repouso e dar orientações, e durante o período remissivo com os objetivos de manter as ADM's e a independência pelo maior tempo possível e prevenir a atrofia muscular e outras complicações secundárias.

Ao tratar a espasticidade o fisioterapeuta deve considerar o grau dos reflexos, da hipertonicidade e dos movimentos anormais presentes no paciente. O posicionamento adequado no leito e na cadeira de rodas, a fim de normalizar a postura e o tônus muscular, também deve ser realizado.

Até a próxima


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