Fisioterapia Neurológica na Paralisia Facial

 


A paralisia facial periférica é decorrente da interrupção do influxo de qualquer parte do nervo facial (VII par dos nervos cranianos). O nervo facial é um nervo misto, porém essencialmente motor que, após atravessar a glândula parótida, divide-se em dois ramos principais, que se originam múltiplos ramos secundários inervando 26 músculos faciais. A paralisia acarreta a perda, em maior ou menor grau, dos músculos faciais pode ser unilateral ou bilateral, que afeta a assimetria das expressões fisionômicas do seu portador.

Deve-se também considerar os níveis de lesões neurais (leve, média e grave) observado, de um lado a capacidade de regeneração do tecido nervoso e outro as condições existentes nas porções proximais e distais do nervo no sítio da lesão.

Define-se por sincinesia a ocorrência de movimentos simultâneos ou uma seqüência coordenada de movimentos de músculos inervados por diferentes nervos ou diferentes ramos do mesmo nervo (Torres e colaboradores, 2000).

As sincinesias, de acordo com a literatura, são as sequelas mais frequentes encontradas na paralisia de Bell, sendo caracterizadas como movimento involuntário que aparece em associação de um movimento voluntário de grupos musculares independentes. Dentre os tipos de sincinesia pode-se apresentar o fechamento involuntário dos olhos junto com a reação de sorrir, e a sincinesia oral, que o movimento bocal é acompanhado de movimentos da testa ou olhos. Apesar de todos esses movimentos involuntários muitos pacientes tem dificuldade de perceber sua sincinesia, geralmente notam algo errado com os seus movimentos quando se percebem uma reação negativa de um interlocutor, quando o portador da patologia realiza movimentos anormais durante as expressões faciais e acabam involuntariamente tentando prevenir as distorções das mímicas faciais, resultando em uma face de aparência congelada. Sendo assim, há ocorrência de movimentos em massa de todas as expressões faciais como: sorrir, falar, comer, piscar

O diagnostico da paralisia facial idiopática é realizado através de exames clínicos, como por exemplo, o teste de função de força muscular, através do sistema MRC (Medical Research Council) que é um teste de graduação de força muscular que a classifica de "0" (sem movimento observado) a "5" (força normal contra a resistência), porém este possui uma deficiência por não registrar a resistência e o vigor, que é um defeito significativo quando se escolhem músculos para transferência ou quando se avalia os pacientes para certa capacidade de trabalho. A perda da percepção de estímulos sensoriais é de mais fácil avaliação, pois pode ser delineada e fotografada pelo profissional (Adler e colaboradores, 2007). A dor forte é um estimulo que pode informar que o nervo está danificado, as características de dor neuropáticas são precisas e podem fazer parte do diagnóstico, determinando até o tamanho da extensão da lesão neural . Além dessas maneiras, há duas maneiras de obter um diagnóstico da paralisia facial de Bell, sendo estas o ultrassom e a ressonância magnética.

A fisioterapia neurológica tem como papel um importante elemento não medicamentoso para o tratamento da Paralisia de Bell, melhorando a motricidade facial, reduzindo assimetrias e recuperando as sensibilidades. O grau de recuperação da função do nervo facial é dependente de tempo de início do tratamento, idade do paciente, tipo de lesão, etiologia, nutrição neural, comprometimento neuro muscular e também da terapêutica instituída. A recuperação da lesão do nervo facial pode ocorrer em algumas semanas até quatro anos. Sendo assim, a fisioterapia tem como objetivo principal restabelecer o trofismo, força e função muscular. Os recursos sugeridos pela literatura são: cinesioterapia, eletrotermoterapia, massagens e estimulações sensoriais.

A deformidade facial e eventos involuntários e indesejáveis comuns na fase de sequelas não afetam somente a estética facial, mas também o estado psicossocial do paciente, como perda de qualidade de vida, depressão, ansiedade, rejeição e paranóia

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