Diagnóstico e Avaliação neurológica do AVCI



Diagnóstico

O diagnóstico do AVCI inclui historia clinica detalhada, avaliação clinica neurológica e neuroimagem. Durante a coleta da historia clinica deve-se retirar o máximo de informações possíveis dos familiares, em busca de antecedentes que podem ter desencadeado o AVCI. A avaliação neurológica completa compreende a aplicação de escala de coma de Glasgow, função motora e sensitiva e a neuroimagem de escolha primária é a tomografia de crânio. A diferenciação do AVCI para acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) é fundamental para dar inicio ao tratamento inicial do AVCI, devendo ser confirmado o mais precocemente possível. (Massaro 2007)

No AVC isquêmico agudo, a TC apresenta baixa sensibilidade nas primeiras horas do evento em relação à RM de encéfalo para determinar a localização e a extensão da área isquêmica. As alterações precoces do AVC isquêmico na TC de crânio incluem perda da diferenciação córtico-subcortical, perda da distinção entre as estruturas diencefálicas, capsulares e os núcleos da base (tálamo, cápsula interna, globo pálido, putâmen, caudado, cápsula externa), perda da diferenciação córtico-subcortical insular (insular ribbon sign) e presença de hiperdensidade da artéria cerebral média.

Avaliação Neurológica
A avaliação neurológica do paciente com suspeita de AVCI deve seguir os seguintes requisitos:

• Nível de consciência: avaliar estado de despertar e grau de resposta a estímulos;

• Localização: avaliar consciência, motricidade, sensibilidade, nervos cranianos, linguagem, orientação e memória;

• Gravidade: aplicar escala de coma de Glasgow e para candidatos a trombólise aplicar a escala de AVC do NIH (NIHSS – National Institute of Health Stroke Scale);

Ferraz e Pedro (2003) apresentam um resumo de algumas das anormalidades neurológicas em pacientes com AVCI que permitem ao neurologista definir previamente a área acometida pelo AVCI, tais como:

• Amaurose fugaz: o paciente apresenta perda visão monocular, a topografia da lesão é a retina;

• Hemisfério esquerdo: o paciente apresenta afasia, paresia direita, hemianopsia direita, desvio do olhar conjugado para a esquerda, disartria, dificuldade para ler, escrever e calcular, a topografia da lesão é hemisfério cerebral esquerdo;

• Hemisfério direito: o paciente apresenta negligencia do espaço visual esquerdo, hemianopsia esquerda, hemiparesia esquerda, hemi-hipoestesia esquerda, disartria, desorientação espacial, a topografia da lesão é hemisfério cerebral direito;

• Déficit motor puro: o paciente apresenta fraqueza da face ou membros de um lado. Sem anormalidades de funções superiores, sensibilidade ou visão, a topografia da lesão é pequena subcortical em hemisfério cerebral ou tronco cerebral;

• Déficit sensitivo puro: hipoestesia da face ou membros de um lado. Sem anormalidades de funções superiores, motricidade ou visão, a topografia da lesão é pequena subcortical em hemisfério cerebral ou tronco cerebral;

• Circulação posterior: o paciente apresenta vertigem, náuseas, vômitos, déficit motor ou sensitivo nos quatro membros, ataxia, disartria, olhar conjugado, nistagmo, amnésia, perda visual em ambos os campos visuais, a topografia da lesão é tronco cerebral, cerebelo ou porções posteriores dos hemisférios.


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