Distonia e seus tipos







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A distonia caracteriza-se pela paragem brusca do movimento («congelação») no meio de uma acção, devido a contracções musculares involuntárias, lentas, repetitivas e sustentadas; também podem aparecer posições anormais, rotações e movimentos de torção do tronco, de todo o corpo ou somente de uma parte do mesmo.

A distonia parece ser consequência de uma hiperactividade em várias áreas do cérebro (os gânglios basais, o tálamo e o córtex cerebral). (Ver secção 6, capítulo 59) A origem da distonia crónica é genética; a distonia que não tem a sua origem numa anomalia genética pode ser produto de uma falta grave de oxigénio no cérebro, ocorrida no nascimento ou depois do mesmo. A distonia pode também ser causada pela doença de Wilson (uma perturbação hereditária), por certos metais tóxicos ou por um icto. Às vezes, a distonia pode dever-se a uma reacção inabitual a medicamentos antipsicóticos. Nesses casos, a administração de difenidramina injectável ou em cápsulas costuma controlar rapidamente o episódio.

A cãibra daquele que escreve pode ser uma forma de distonia. O sintoma pode consistir numa cãibra involuntária e real da mão enquanto se escreve, mas pode também manifestar-se como uma deterioração da escrita ou uma incapacidade para agarrar a esferográfica, na zona da cãibra. Às vezes, a cãibra daquele que escreve é o único sintoma da distonia. No entanto, 50 % das pessoas que sofrem dela desenvolvem tremor num ou em ambos os braços e algumas vezes manifestam distonia generalizada com compromisso de todo o corpo. Algumas distonias são progressivas (os movimentos tornam-se mais evidentes com o tempo). As contracturas musculares intensas podem forçar o pescoço e os braços a adoptarem posturas estranhas e incómodas.

Os jogadores de golfe que sofrem espasmos musculares podem, na realidade, ter distonia. Igualmente os músicos afectados de espasmos estranhos nas mãos e nos braços, o que os impede de interpretar, podem ter distonia.

Tipos de distonia

Na distonia de torção idiopática (de causa desconhecida) os episódios iniciam-se entre os 6 e os 12 anos de idade. No início, os sintomas podem ser tão ligeiros como a cãibra daquele que escreve, e a distonia ocorre geralmente num pé ou numa perna. Pode limitar-se ao tronco ou a um membro, mas às vezes afecta todo o corpo e inclusive pode obrigar a criança a estar confinada a uma cadeira de rodas. Quando esta distonia de torção idiopática se inicia na idade adulta, geralmente começa nos músculos da cara ou dos braços e não costuma progredir para outras partes do corpo.

O blefarospasmo é um tipo de distonia que consiste num pestanejar involuntário e repetitivo que obriga a pálpebra a fechar-se. Às vezes afecta, primeiro, um olho e, finalmente, o outro. Habitualmente, inicia-se como um pestanejar excessivo, uma irritação dos olhos ou uma grande sensibilidade à luz brilhante. Muitas pessoas com blefarospasmo encontram forma de manter os olhos abertos através de bocejos, cantando ou abrindo a boca amplamente, mas, à medida que a perturbação evolui, estes métodos tornam-se menos eficazes. A consequência mais grave do blefarospasmo é a deterioração da visão.

O torcicolo é uma distonia que afecta os músculos do pescoço. Os espasmos recorrentes costumam levar à torção e desvio do pescoço, lateralmente, para dentro ou para trás. A disfonia espasmódica afecta a musculatura que controla a articulação da linguagem; as pessoas com esta perturbação apresentam também tremores noutras partes do corpo. Os espasmos dos músculos laríngeos podem impedir totalmente a articulação da linguagem ou dar lugar a uma voz forçada, balbuciante, rouca e chiante ou confusa e ininteligível.
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