Causas Esclerose Múltipla








A esclerose múltipla é definida como uma doença neurológica crônica, que se caracteriza como uma lesão do sistema nervoso central, usualmente progressiva e que não tem cura. É conhecida também como esclerose em placas ou doença desmielinizante, pois transforma em placa endurecida a mielina que recobre e isola as fibras nervosas destinadas aos impulsos do cérebro, ao nervo óptico e à medula espinhal, dificultando assim o controle de várias funções orgânicas, tais como visão, o andar e o falar, entre várias outras funções fisiológicas.

Na esclerose múltipla ainda não se sabe o porquê a mielina é lesada, passando por um processo de desmielinização, o que se sabe é, que a lesão fundamental evolui em duas etapas: uma desmielinização inicial que poderá ser total ou parcialmente reversível ou, uma esclerose irreversível tardia.

O início da esclerose múltipla se dá entre os 20 e 45 anos de idade em 2/3 dos casos, sendo rara antes da puberdade e em casos com mais de 55 anos. Desenvolve-se mais em mulheres do que em homens cerca de 3:2.

As possíveis causas que desencadeiam a esclerose múltipla ainda são controvertidas. Várias hipóteses e fatores são estudados na tentativa de explicar o aparecimento da doença, no entanto, o que se tem como certo é a existência de um defeito imunológico. Mas, porém, as características, o tipo e as principais causas desse mesmo defeito imunológico são também controvertidas. Os possíveis fatores e hipóteses que poderiam explicar o aparecimento da doença são:

1- fatores Ambientais: devido ao aparecimento maior de casos em áreas temperadas em relação a áreas tropicais;

2- fatores Genéticos: presença de um fator genético que seria responsável por uma ligação com a transmissão familiar da doença (antígenos de histocompatibilidade);

3- aspectos da Hipótese Virótica - atualmente estão sendo realizados estudos sobre o possível papel da Herpes Humana Vírus tipo 6 (HHV-6) na esclerose múltipla onde o vírus entraria no sistema nervoso central depois de uma infecção na infância (Roseóla), e então, talvez em pessoas com predisposição genética, o vírus seria reativado na idade adulta, fazendo com que o sistema imunológico do indivíduo destrua a mielina do próprio corpo. No entanto, ainda não há evidências que o tratamento com agentes eficientes contra o HHV-6 terá um papel no tratamento da esclerose múltipla, porém ainda não se tem como certo de que seja este e não outro vírus que desencadeia a esclerose múltipla;

4- aspectos da Hipótese Imunológica - uma anormalidade do sistema imunológico poderia permitir que determinados vírus, direta ou indiretamente, atuem como desencadeadores do processo desmielinizante. Contudo, uma vez que não há até o momento evidências conclusivas que assegurem a qualquer vírus um papel decisivo na causa da esclerose múltipla, esta deve ser considerada como doença causada por uma reação imunológica dirigida contra a mielina no sistema nervoso central.

O diagnóstico da esclerose múltipla nem sempre é rápido, já que os sintomas se manifestam de forma branda e pouco perceptível. Apenas exames neurológicos e testes laboratoriais podem confirmar a doença: punção lombar ou exame do líquor, exame de potencial evocado, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

As manifestações clínicas variam de paciente para paciente. O padrão clássico é caracterizado por surtos e remissões, por súbito surgimento ou reaparecimento dos sintomas que indicam o desenvolvimento de uma lesão nova ou extensão de uma antiga, é seguido por desaparecimento parcial ou total dos sintomas. A esclerose múltipla progressiva é caracterizada por uma piora lenta ou rápida desde o surgimento da doença, sem períodos delineados de surtos e remissões, onde os déficits existentes podem aumentar em gravidade e novos sintomas ocorrem à medida que a doença progride. A terceira forma de manifestação da esclerose múltipla é uma combinação entre as duas formas anteriores, onde começa com um curso clássico de surtos e remissões, mas torna-se progressiva com remissões limitadas.

As causas que predispõem ao surto geralmente estão ligadas a fatores psicológicos, os quais podem levar a um desgaste emocional e conseqüentemente a uma fadiga mais fácil que pode se dar ao mínimo esforço físico ao qual o paciente seja submetido.


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