Marcha Patológica: Como Identificar e Intervir de Forma Funcional e Segura
A marcha humana é um dos movimentos mais complexos do ponto de vista neuromuscular, biomecânico e funcional. Quando há um distúrbio de movimento, ela se torna uma das primeiras funções a serem comprometidas — seja por alterações de origem neurológica, ortopédica ou mista. Para o fisioterapeuta, compreender os padrões de marcha patológica é essencial para estruturar intervenções que vão além da estética do andar e promovam eficiência, segurança e autonomia funcional.
Por que avaliar a marcha?
Avaliar a marcha é mais do que observar passos. Trata-se de decodificar padrões motores, identificar compensações, entender onde está o comprometimento no controle postural dinâmico, analisar a eficiência energética do movimento e, acima de tudo, reconhecer o impacto da marcha na vida do paciente.
A marcha patológica pode ser o resultado de déficits em força, tônus, controle motor, coordenação, propriocepção, amplitude articular ou dor. Em distúrbios do movimento como Parkinson, AVC, ataxias, paralisia cerebral ou lesões ortopédicas associadas, a alteração da marcha reflete a complexidade da interação entre sistemas motores e sensoriais.
Como identificar padrões alterados de forma clínica?
A análise da marcha pode ser realizada de maneira observacional e sistemática, mesmo sem recursos laboratoriais de alta tecnologia. O fisioterapeuta deve observar:
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Simetria e ritmo dos passos
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Comprimento da passada e cadência
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Tempo de apoio e oscilação
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Padrão de apoio do pé e movimento de tornozelo, joelho e quadril
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Movimentos compensatórios de tronco e membros superiores
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Capacidade de marcha em diferentes superfícies e sob duplas tarefas
Ferramentas como o Functional Gait Assessment (FGA), Tinetti Gait Scale, Timed Up and Go (TUG) e 10-Meter Walk Test são úteis para quantificar o desempenho funcional da marcha e o risco de quedas.
Intervenção: da análise ao plano terapêutico
Uma vez identificado o padrão de marcha patológica, a intervenção fisioterapêutica deve ser personalizada e funcional. Não se trata apenas de “corrigir o andar”, mas de promover uma marcha que seja segura, eficiente e possível para aquele paciente, respeitando suas limitações e potencialidades.
Estratégias que devem ser consideradas:
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Treinamento baseado em tarefa: a marcha deve ser treinada com propósito, em contextos reais, com repetição significativa.
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Reeducação do ciclo da marcha com feedback visual ou auditivo
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Estimulação do ritmo por meio de pistas auditivas (ex: música, metrônomo)
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Treino em esteira (com ou sem suspensão de peso corporal)
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Treino de marcha com obstáculos ou em superfícies instáveis para promover adaptação postural
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Fortalecimento funcional dos principais grupos musculares envolvidos (glúteos, quadríceps, dorsiflexores)
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Intervenção sobre os padrões compensatórios se estiverem comprometendo a eficiência energética ou aumentando risco de queda
Uso racional de dispositivos auxiliares (bengalas, andadores), quando necessário, como parte da reabilitação, e não como solução definitiva
Marcha é mais do que locomoção: é independência
É fundamental lembrar que a marcha é um dos maiores símbolos de autonomia funcional. A capacidade de andar com segurança impacta diretamente na autoestima, no envolvimento social e na qualidade de vida do paciente.
Por isso, nossa abordagem como fisioterapeutas deve ser ativa, personalizada, baseada em evidências e, acima de tudo, funcional. Cada passo conquistado com segurança é um passo a mais rumo à independência.
Vamos concluir?
Identificar e intervir sobre a marcha patológica exige do fisioterapeuta muito mais do que conhecimento técnico. Exige sensibilidade clínica, olhar atento ao movimento e raciocínio funcional embasado. Não estamos tratando apenas o andar — estamos tratando o ir e vir, o existir em movimento.
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