Caso clinico: neuropraxia de mão esquerda







RADICULOPATIA CERVICAL – O QUE VOCÊ PRECISA SABER | Head & Neck

Paciente A.P.C.S., masculino, 42 anos, 70 kg, 1.65 cm, Hipertenso, vigilante, natural e procedente de São Gonçalo - RJ, foi admitido na Clínica Escola Universo em Setembro/2012 referindo-se a "dormência e pouco movimento da mão esquerda".

Nos hábitos de vida, faz uso de medicação para hipertensão, bom desempenho no trabalho, bom relacionamento com os membros da casa e do trabalho.

O mesmo refere que em Junho de 2012, sofreu uma queda da sua própria altura, com o cotovelo em flexão (90º) e mão em posição neutra; sem perda de consciência ou traumatismo crânio-encefálico. No mesmo dia, recebeu seu primeiro atendimento em um Pronto Socorro de sua cidade, onde foi avaliado pelo ortopedista do local. Foi realizado um exame de Raio X, onde foi diagnosticada uma pequena calcificação na região Vaiar do punho. Em seguida, recebeu alta, já que o paciente não apresentava nenhuma sequela naquele momento.

Em média um mês após o incidente, recebeu atendimento em outro serviço tendo iniciado o quadro com um episódio de diminuição da força na mão esquerda e limitação dos movimentos dos dedos (polegar e indicador). Refere que estava carregando uma sacola quando o quadro iniciou. Foi submetido a alguns exames.

Ao exame físico geral, mostrava-se em bom estado geral, corado, hidratado, extremidades sem edema (exceto ao punho esquerdo) e perfundidas.

Ao exame neurológico, apresentava alterações apenas na mão esquerda com presença de força grau III e dificuldade de extensão e flexão dos dedos (polegar e indicador) da mão esquerda, perda da sensibilidade ao toque e a dor, negava algias, sem tremores.

No exame Ressonância Nuclear Magnética, não apresentou nenhuma alteração relevante.

No exame de Eletroneuromiografia foi diagnosticado: LESÃO AXONAL INCOMPLETA DO NERVO RADIAL (NEUROPRAXIA).

Recebeu avaliação da Psicologia Hospitalar que deu alta por não haver alterações comportamentais ou intercorrências sociais até o momento. Passou também por avaliação pela Ortopedia, a qual o liberou com medicação sintomática e orientações gerais.

Após esses exames/investigação, o paciente recebeu alta hospitalar com encaminhamento para os ambulatórios de Neurologia e Neurocirurgia para acompanhamento, incluindo fisioterapia motora da mão diariamente, próximo ao local de origem.

 

TRATAMENTO FISIOTERÁPICO:

O tratamento adequado das lesões dos nervos periféricos depende do local e da extensão da lesão.
Além de uma história e exame físicos apropriados, a avaliação eletrofisiológica é fundamental para uma avaliação adequada da lesão2.

A diferenciação entre lesões parciais (neuropraxia e axonotmese) e completas (neurotmese) é de extrema importância para o planejamento do tratamento. Enquanto lesões parciais são tratadas conservadoramente, as lesões completas devem ser corrigidas cirurgicamente8,10.

Como objetivos do tratamento conservador/fisioterápico têm2,10:

- Criar melhores condições possíveis para a recuperação da capacidade funcional (prevenir contraturas de tecidos moles e das deformidades, comportamento motor adaptativo e do desuso do membro).

- Controle da dor e do edema.

- Manter ou aumentar a amplitude de movimento do membro afetado.

- Proporcionar as condições ambientais necessárias para os músculos poderem reassumir sua função.

- Treinar o controle motor mediante exercícios com fisioterapia motora.

Em 13 de Setembro de 2012 o paciente, foi admitido na Clínica Escola Universo. Onde foi iniciado o tratamento fisioterápico:

1. Diagnóstico Clínico: Neuropraxia da Mão Esquerda.

2. Fisiodiagnóstico: Quadro motor comprometido (dificuldade em realizar a extensão da mão esquerda) e parestesia da mesma.

3. HDA / HPP: Sofreu queda em junho/2012, com o cotovelo em flexão (90Q) e mão em posição neutra. Dificuldade em realizar a extensão e perda da sensibilidade da mão esquerda.

4. Exames complementares:

- Eletronervomiografia: lesão axonal incompleta do nervo radial;

- Raio X: calcificação na região Volar do punho.

5. Grau de força muscular (O a 5): 3

6. Escala de dor (0 a 10): 0

7. Inspeção/ Palpação: Normal

OBS: O paciente se encontrava otimista e confiante para o início do seu tratamento.

 

EVOLUÇÃO DE TRATAMENTO:

1- Em 18 de setembro de 2012, foi iniciado o tratamento, onde o protocolo de tratamento incluía a Técnica de Crochetagem, Cinesioterapia e a Técnica de Artrocinemática associada a alongamento de todo o segmento.

2- Em 16 de outubro de 2012, o paciente foi reavaliado, e foi observado que o mesmo apresentava respostas significativas ao tratamento. Então, o seu protocolo tratamento foi modificado/evoluído, onde acrescentamos o uso da Bandagem Funcional Elástica e práticas de Exercícios Resistidos.

3- Em 08 de janeiro de 2013, acrescentamos ao protocolo de tratamento a prática de Exercícios Funcionais, Exercícios de Coordenação Fina e Propriocepção.

4- Em 21 de fevereiro de 2013, o paciente foi reavaliado, e foi observado que o mesmo apresentava respostas significativas ao tratamento. Então, o seu protocolo tratamento foi modificado/evoluído, onde acrescentamos a musculação, com exercícios tridimensionais.

5- Em 04 de abril de 2013 (após 9 meses da lesão), O paciente foi reavaliado por nossa equipe, onde apresentou melhora parcial da força, sensibilidade normal, quadro motor normal e amplitudes de movimentos normais. O mesmo recebeu alta fisioterápica, mas permanece em acompanhamento com as especialidades supracitadas.


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