Cérebro de adultos também se modifica a cada novo aprendizado








A memória é um sistema de redes complexo distribuído por todo o cérebro, responsável pela criação, armazenamento e lembrança das informações. Assim, não basta ter um dado gravado na sua cabeça, é preciso saber também como chegar até ele. O aprendizado tem uma relação estreita com a plasticidade cerebral, que é a capacidade de reorganizar o cérebro conforme o uso, ou seja, você faz novas conexões em células nervosas para aprender. E não são poucas, estima-se que mais de 100 bilhões de células nervosas são usadas ao longo da vida no processo de aprendizagem.

"Na criança o circuito neuronal é extremamente plástico, moldável, em relação ao processo de formar aprendizado. Os primeiros 2 anos são extremamente sensíveis a criação de vias cerebrais para o funcionamento de diversas funções, como a memória, linguagem, percepção, atenção etc. A criança nasce e permanece, durante os primeiros cinco ou seis anos de vida, com as janelas de aprendizado totalmente abertas. Isso significa que toda criança já nasce pronta para aprender", explica a neurocientista Mirna Wetters Portuguez, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Mas a plasticidade não é exclusividade das crianças, o cérebro dos adultos também de adapta e reorganiza a comunicação entre os neurônios a cada novo aprendizado. E isto implica em mudanças tanto para massa cinzenta (formada pelos corpos neurônios, que compõe o córtex, a camada externa) quanto para a substância branca (os axônios, ou extensões do neurônios, que fazem a ligação) do cérebro.

Um exemplo é a alfabetização. A neurocientista destaca que diferente da linguagem falada que é uma característica biologicamente determinada que se desenvolve de forma natural e espontânea (se existir um ambiente estimulante), o mesmo não acontece com a leitura e a escrita. "A leitura e a escrita não são características genéticas da espécie humana e, portanto, sua aquisição requer aprendizado, esforço e a existência de um ambiente que motive essa atividade".

Fonte: UOL Saúde

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