Avaliação na fisioterapia neurofuncional

Vários alunos têm me procurado solicitando orientações em relação à montagem de uma ficha de avaliação para pacientes neurológicos. Costumo considerar vários aspectos em uma avaliação neurofuncional.

De início não recomendaria aos aprendizes da fisioterapia neurofuncional uma abordagem semiológica muito complicada. Comecem realmente pelo mais simples e depois sofistiquem. São várias as vezes que um dado paciente nos dá dicas valiosas com um papo amigável antes da avaliação propriamente dita. Não devemos descartar nem mesmo estes momentos prévios.

Em determinadas situações o sujeito a ser examinado fica tenso e atrapalha nossa conduta avaliativa ou mesmo nossos testes ou até o tratamento. Se o deixarmos a vontade, livre de preconceitos, ele nos interpretará como amigos e não como investigadores que por vezes parecemos ser. Devemos conquistar nossos pacientes pela nossa confiança, atitude e competência. É desta forma que fazemos nossa clientela.

Lembrem-se não temos uma segunda chance de causar uma primeira boa impressão. O autor Lair Ribeiro já comenta desta forma em seus livros e em nossa prática diária é assim que devemos pensar. A impressão que causamos no paciente é vital não só para ele, mas para família e amigos dele. Ele nos indicará caso alguém pergunte. Este modelo não é em absoluto, perfeito, mas mostra as principais etapas que o avaliador deve passar para ter o máximo de informações possíveis de seu paciente. Por vezes eles nos relatam alguns aspectos que, no momento, nos parece inútil, mas que mais adiante pode ser de valor para repensarmos uma conduta. Existem avaliações padronizadas ou adaptadas para alguns métodos da fisioterapia neurofuncional. Estes podem ser relevantes se tivermos o domínio de tais técnicas. Uma técnica nunca é e nunca será perfeita, todas elas tem suas qualidades e limitações. O mais sensato é conhecermos vários métodos diagnósticos e terapêuticos para nos resguardarmos e nos protegermos contra a ignorância. Este sim é o problema, não se deve ter medo de aprender e com certeza estamos sempre aprendendo.

Em resumo, este modelo pode e deve ser adaptado a realidade de cada fisioterapeuta, assim como de cada setor e mesmo de cada paciente (não consideraria uma boa ficha para avaliar paralisia facial periférica, por exemplo). Avaliar é atribuir valor e para isto temos que além conhecer a técnica avaliativa devemos dimensioná-la. Até por que só assim podemos ter parâmetros para uma possível pesquisa científica criteriosa. Sugiro que procurem as escalas de funcionalidade (índice de Barthel, por exemplo) a fim de sofisticar itens da avaliação.

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