Atividades Sensoriais para Crianças com Autismo: Estratégias Práticas para Fisioterapeutas

 

 

O trabalho fisioterapêutico em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) exige não apenas conhecimento técnico, mas também sensibilidade para compreender como essas crianças processam estímulos sensoriais e como isso impacta sua mobilidade, coordenação e participação nas atividades diárias. Intervenções bem planejadas podem melhorar significativamente funções motoras, equilíbrio, postura e habilidades funcionais, promovendo mais autonomia e qualidade de vida.

Por que as atividades sensoriais são essenciais?

Crianças com autismo frequentemente apresentam hiper ou hipossensibilidade sensorial, o que pode afetar:

• Coordenação motora grossa e fina

• Equilíbrio e postura

• Capacidade de atenção e interação

• Participação em atividades escolares e recreativas

A integração sensório-motora é, portanto, um pilar central da fisioterapia neurofuncional nesse público, permitindo que a criança desenvolva respostas motoras adaptativas e seguras.

Estratégias práticas de atividades sensoriais

1. Estimulação Proprioceptiva

   • Uso de bolas terapêuticas, trampolins e faixas elásticas para melhorar percepção corporal, equilíbrio e força.

2. Atividades de Coordenação Motora

   • Circuitos com obstáculos, jogos de mão-pé e manipulação de objetos variados ajudam a aprimorar a coordenação grossa e fina.

3. Integração Sensorial Táctil

   • Texturas diversas, massas, areia e água estimulam o tato e auxiliam no processamento sensorial.

4. Atividades Vestibulares

   • Balanços, giros e mudanças de direção controladas promovem o equilíbrio e a orientação espacial.

5. Jogos Funcionais e Lúdicos

   • Brincadeiras direcionadas incentivam planejamento motor, atenção e execução de movimentos coordenados.

Dicas práticas para o fisioterapeuta

• Personalize as atividades de acordo com as necessidades e sensibilidades individuais da criança.

• Observe respostas motoras e sensoriais, ajustando a intensidade e complexidade das tarefas.

• Trabalhe de forma interdisciplinar, envolvendo educadores, terapeutas ocupacionais e familiares.

• Mantenha registro detalhado do progresso, para refinar o plano terapêutico continuamente.

Considerações finais

As atividades sensoriais são mais do que exercícios: são ferramentas de transformação funcional e comportamental. Quando aplicadas de forma estratégica e fundamentada, podem potencializar o desenvolvimento motor, cognitivo e social da criança com autismo.

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