Técnica promete diagnosticar doenças neuromusculares com maior eficácia
O pesquisador João Aris Kouyoumdjian, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), especializou-se na técnica em Uppsala, e, diz que o método é muito eficaz para o diagnóstico da miastenia grave, assim como relatado em outras pesquisas internacionais.
Agora, esse método esta sendo aprimorado por pesquisadores da Famerp, em parceria com cientistas suecos, e utiliza a eletromiografia de fibra única para o diagnóstico de miastenia grave (doença neuromuscular que causa fraqueza anormalmente rápida nos músculos voluntários).
Através de um projeto de pesquisa desenvolvido na Faculdade, 20 pacientes que sofriam com miastenia grave foram examinados através da técnica e foi possível identificar anormalidades na transmissão neuromuscular em 18 deles. "A sensibilidade foi de 90%", diz Dr. Kouyoumdjian.
A equipe da Famerp aprimorou a técnica utilizando apenas eletrodos de agulhas concêntricas descartáveis, mais seguros e mais finos do que os utilizados até então para a realização de eletromiografia de fibra única. Os eletrodos foram introduzidos no músculo do paciente, onde foram capazes de detectar contrações isoladas de duas fibras musculares próximas, em uma mesma unidade motora, que são registradas como potenciais de ação na tela do equipamento.
Através da comparação dos registros é possível medir a variação de contração de uma fibra muscular em relação à outra (denominada jitter), que nas pessoas saudáveis dura de 35 a 40 microssegundos. Já nos pacientes com desordem da transmissão neuromuscular, o jitter aumenta, podendo chegar de 100 a 150 microssegundos.
A miastenia grave afeta de 10 a 20 pessoas para cada milhão anualmente e seu principal sintoma é a fraqueza que oscila durante o dia. A doença atinge principalmente mulheres jovens, na faixa etária de 18 a 30 anos, e homens na faixa dos 50 anos.
Fonte: Agencia FAPESP, em 07 de dezembro de 2011
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