Avaliação funcional de hemiplégicos crônicos em terapia em grupo
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causa de incapacidades neurológicas em adultos, apresentando déficit motor, como a hemiplegia, caracterizada pela perda dos movimentos voluntários de um hemicorpo e alterações do tônus postural, que pode estar aumentado ou diminuído (DAVIES, 1996), podendo estar associada também a outras seqüelas como disfunção sensorial, distúrbios da fala e audição, déficit visual, acometimento mental e intelectual. Tais comprometimentos podem determinar o grau de dificuldade ou até mesmo a incapacidade na realização de diversas atividades de vida diárias (AVDs) além de interferir a ponto de interromper atividades de extrema importância na realização pessoal do indivíduo como lazer, vida profissional, social e sexual (RYERSON, 1994; DAVIES, 1996).
Em países industrializados, o AVC é a terceira causa de morte países industrializados, onde cerca de metade dos sobreviventes se tornam incapacitados, os custos elevados são invitáveis quando há um desinteresse sobre novos métodos de tratamentos destes pacientes crônicos (KASTE, FOGELHOLM e RISSANEN, 1998).
A chave para a avaliação das novas terapias de tratamento dos pacientes acometidos pelo AVC é a escolha de escalas e instrumentos de avaliação. Cada vez mais, pesquisadores estão recorrendo a medidas de resultado funcional (por exemplo, o índice de Barthel), para analisar os resultados das terapêuticas empregadas (KASTE, FOGELHOLM e RISSANEN, 1998).
Como método de avaliar a capacidade funcional, existem descritos na literatura científica diversas técnicas, dentre elas destaca-se o Índice de Barthel que é um instrumento amplamente utilizado com o propósito de mensurar a capacidade da pessoa na realização de dez AVDs, obtendo uma estimativa quantitativa do grau de dependência do sujeito (NISHIDA, AMORIM e INOUE, 2004).
Até o segundo ano de AVC, a evolução motora dos hemiplégicos no tratamento fisioterapêutico é evidente principalmente na reeducação dos movimentos e no equilíbrio postural.
Contudo, após esse período, esta evolução torna-se discreta, o que acarreta em desmotivação por parte do paciente (DAVIES, 1996). Considerando a cronicidade da hemiplegia, criamos um projeto de extensão universitária, o qual recepciona os pacientes hemiplégicos crônicos para realizar fisioterapia em grupo com objetivo de manter e melhorar o desempenho motor e diminuir o sedentarismo determinado pelo déficit de mobilidade desencadeado pela hemiplegia. O projeto foi denominado Projeto Hemiplegia.
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