Implantes inteligentes devem aliviar doenças neurológicas
Implantes inteligentes no cérebro de pessoas com desordens neurológicas podem eventualmente ajudar a desenvolver tratamentos para pessoas com mal de Parkinson, depressão e transtorno obsessivo-compulsivo.
Na última semana, uma equipe de cientistas do laboratório Medtronic, em Minneapolis (EUA), divulgou o protótipo de um neuroestimulador durante um encontro da Sociedade de Engenharia em Medicina e Biologia, também em Minneapolis.
Neuroestimuladores já são aprovados para tratar condições como mal de Parkinson, tremores essenciais e distonia, assim como transtorno obsessivo-compulsivo. Mas os aparelhos existentes fazem a estimulação em um cronograma definido, não na resposta à atividade cerebral anormal.
Os pesquisadores da Medtronic acham que um dispositivo que reage aos sinais cerebrais pode se mais efetivo, com a bateria durando mais tempo um aspecto importante para implantes.
Tim Denison, engenheiro da Medtronic que trabalha no aparelho, disse que o neuroestimulador será usado, inicialmente, para o estudo de sinais cerebrais em pacientes durante as suas atividades cotidianas. Eventualmente, os dados coletados vão mostrar se os sensores podem ser usados para detectar e prevenir ataques.
Testes com humanos estão a anos de distância. Entretanto, a NeuroPace, uma empresa da Califórnia, está concluindo estudos clínicos usando implantes inteligentes RNS em 240 pessoas com epilepsia, cujos resultados serão publicados em dezembro, diz a diretora médica da NeuroPace. Um estudo preliminar, feito com um grupo de 65 pacientes, apontou que os dispositivos foram capazes de reduzir as convulsões.
O aparelho da NeuroPace é implantado dentro do crânio, no qual monitora a atividade elétrica por intermédio de eletrodos implantados nas profundezas do cérebro. Caso o implante reconheça uma convulsão, vai emitir uma estimulação elétrica breve e suave, a fim de suprimi-la.
Mark George, neurologista da Medical University of South Carolina, diz que estimuladores cardíacos são desenvolvidos a partir do mesmo princípio e que, a partir daí, os pesquisadores aprenderam a detectar e a reagir aos sinais do coração. "Acho que é absolutamente inevitável que desenvolvamos uma maneira mais esperta e mais inteligente para descobrir como e quando estimular [o cérebro]", diz George.
Fonte: Folha OnLine
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