Bobath e o Sistema Nervoso Central



O método Bobath consiste em movimentos passivos e ativos, onde apenas estes oferecem sensações para que o paciente aprenda os movimentos voluntários. Dentre as indicações para o método estão: melhorar o controle postural e a simetria corporal, alongar músculos, dar maior propriocepção articular, adequar o tônus muscular, estimular reações de proteção e de equilíbrio, realizar a dissociações de cinturas e aprimorar a deambulação.

Bobath afirma que o SNC é um órgão de reação e não de ação, ou seja, ele responde a partir dos estímulos internos e externos ao corpo que lhe são oferecidos. Uma ação é escolhida a partir de circuitos já existentes e que são aprendidos e controlados no interior do cérebro.

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As células do SNC podem tanto excitar quanto inibir uma determinada atividade, facilitando atividades úteis e impedindo movimentos indesejados. O processo de aprendizagem e a prática na reabilitação terão resultados a partir da estimulação, inibição ou facilitação. Sendo assim, a plasticidade do SNC e a eficácia no tratamento de reabilitação serão maiores quanto maior for a capacidade de aprendizagem do indivíduo.

Os circuitos de controle do SNC que permitem realizar determinadas atividades são facilitados por repetições, e armazenadas. Como o SNC percebe mais do que produz, o ser humano depende da repetição de estimulações sensitivas, mas se houver dificuldades nessa percepção podem ocorrer dificuldades em situações de comunicação e desenvolvimento adicionais. Quando um movimento é repetido, ocorre uma redução na resistência sináptica onde passam os potenciais elétricos necessários para a realização do mesmo. Sendo assim, o movimento é facilitado e as fibras nervosas que não foram solicitadas para esse determinado movimento são inibidas, ocorrendo um armazenamento da função que estará disponível para um processo automático ou voluntário posterior. Como o paciente com lesão cerebral apresenta uma interrupção nos circuitos de controle da reserva de hábitos e experiência, o tratamento dos mesmos deve estar direcionado para desbloquear os circuitos que ainda não foram atingidos pela doença através de atividades que o paciente já realizava antes da lesão facilitando a lembrança do movimento (DAVIES, 1996).

O tratamento com o Bobath varia de acordo com a condição em que o paciente se encontra, flácido ou espástico. Para ajudar o paciente a realizar o movimento normal o fisioterapeuta mantém um contato manual através dos pontos chaves, que geralmente encontram-se próximos a união dos esqueletos apendicular e axial, a fim de facilitar o estímulo aferente normal e o tônus postural, tendo como consequência os padrões de movimentos normais.

Foi desenvolvido para pacientes com:

  • Disfunções neurológicas (AVC, Paralisia Cerebral, Patologias Motoras)
  • Traumatismo craniano
  • Esclerose múltipla
  • Lesão medular
  • Sindromes Genéticas
  • Esclerose Lateral Amiotrófica

Alguns equipamentos podem ser utilizados no tratamento dos pacientes através do Bobath como a bola suíça, rolo, andador e espelho. A escolha desses irá depender do quadro apresentado por cada paciente.

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